Dia das Crianças movimenta e dá lucro para pet shops

Filhotes trazem charme e clientes para as lojas.
Para montar um pet shop, o investimento é de R$ 100 mil.

O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em número de cães e gatos – fica atrás somente dos Estados Unidos. E a cada ano dobram as lojas que comercializam animais e oferecem serviços especializados. A venda de bichinhos aumenta em datas especiais, como o dia das crianças.

Cada vez mais os animais de estimação são uma opção para presentear alguém, e o mercado está em alta.

“É um mercado que cresce ano a ano, estamos há 12 anos no segmento, a gente percebe, e eu acredito muito que é para suprir as carências”, diz Thais Tatini, dona de um pet shop.

Nove em cada dez clientes que entram na loja querem ver os filhotes de cachorro. Só que eles não ficam à vista, ao contrário. Ficam meio escondidos, em um canto da loja. É uma estratégia para o cliente andar, procurar e principalmente enxergar as mercadorias.

Os cães são os que mais chamam a atenção. O pet shop vende dez filhotes por mês. Um filhote de lhasa, por exemplo, custa R$ 1,5 mil. Já o golden retrivier sai por R$ 2 mil.

Mas, em termos de faturamento do pet shop, os cães até que representam pouco: 8%. Só que eles são essenciais para o negócio, graças ao grande poder de atração que exercem sobre o público. Os filhotes são os maiores vendedores – só que de outros produtos, como ração, coleira, brinquedos, cama, casinha. São artigos com margem de lucro alta, chega a 70%. E quem compra um cãozinho, vira cliente todo mês.

A empresária Thaís Tatini vende filhotes de pássaros, coelhos, hamsters que cabem na palma da mão, e muitos peixes. Em número, este é o animal que mais vende: são mil peixinhos por mês.

Para montar um pet shop, o investimento é de R$ 100 mil, valor que inclui reforma do espaço, móveis e estoque. É preciso reservar um bom capital de giro para comprar e cuidar dos delicados filhotes. A casa tem um veterinário que examina os animais diariamente.

Para vender rápido, a dica é deixá-los à vontade e felizes, que eles mesmos atraem os clientes e fazem a propaganda. O Dia das Crianças é uma das datas de maior procura.

O cliente Fábio Pagotto veio comprar um filhote de presente para os filhos. “Eu falo sempre, em casa que tem criança e cachorro ninguém fica triste. Porque aquele dia que você tá depressivo, você vem, brinca com seu cachorro, eleva o astral de qualquer um”, diz ele.

Os cãezinhos mantêm o pet shop movimentado: são mil pessoas por mês curtindo os filhotinhos e comprando. Cada filhote que sai é um consumidor que volta durante o resto da vida do animal.

“Estamos inaugurando a segunda loja. Até 2014 indo para a terceira. E o negócio vem expandindo e crescendo muito nos últimos anos”, diz Thais.

Adoção
Outra opção para presentear com um filhote é adotar um. A estimativa é que só a cidade de São Paulo tenha hoje mais de 2milhões de cães morando nas ruas. É praticamente um cachorro para cada família de quatro pessoas.

Alguns pet shops cedem espaço para ONGs de adoção, como a Viralata é 10. A ONG recolhe animais maltratados ou soltos na rua, castra e cuida deles, até que surjam os interessados.

“Cada animal que sai a gente se sente feliz, se sente bem, porque é um animalzinho que tá saindo das ruas e encontrando um lar”, diz Izildinha Maria de Lucas, cuidadora de animais.

Fonte G1 (com vídeo sobre a matéria)

Cachorro morre após ser agredido por funcionário de pet shop em Curitiba

Funcionário bateu com um instrumento de trabalho na cabeça do animal.
Estabelecimento lamentou o ocorrido, e deu outro cão para o proprietário.

Uma cadela da raça yorkshire morreu dentro de um pet shop, em Curitiba, após ser agredida por um funcionário. De acordo com o laudo veterinário, a cadela, chamada Mia, teve parada respiratória, parada cardíaca, edema e sangramento na região do crânio. Os donos do animal registraram um Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente.

“Ele [o funcionário] disse que se sentiu ameaçado porque a cachorrinha iria tentar mordê-lo”, contou o técnico em eletrônica Bruno Mazeiro, de 22 anos, que era o dono da cadela há seis anos. Segundo ele, Mia tinha menos de 30 centímetros e pesava 1,5 kg. O funcionário bateu na cabeça da cadela com uma rascadeira, instrumento utilizado para pentear pêlo de animais. “Acidentes acontecem, mas como foi de uma maneira cruel, a gente ficou chateado”, lamentou.

O diretor-geral do pet shop, Luciano Mafra, afirmou que demitiu o funcionário logo após o ocorrido. “É um fato que não tem como deixar passar. É inadmissível”, disse ao G1. No entanto, o diretor não permitiu que Bruno visse as imagens do circuito de segurança do estabelecimento. “A gente quer saber a verdade, como aconteceu”, afirmou Mazieiro. “Eles são responsáveis por quem contratam”, acrescentou.

Mafra afirmou que pretendia “não polemizar”. Ele disse que se trata de algo desagradável, e que o estabelecimento compreende o sofrimento do dono do animal. “Só tem que pedir desculpa mil vezes”, disse. Segundo o diretor, o funcionário trabalhava há mais de um ano no local.

Compensação
“Eles devolveram o corpinho dela em um envelope”, contou Bruno. Na tentativa de compensar o cliente pela perda, o pet shop deu outro cachorro da mesma raça para Bruno e a noiva, além do enxoval, as vacinas e alimentação. Para receber o animal, Bruno precisou assinar um contrato de adoção e um termo que dizia que, a partir daquele momento, o pet shop não tinha mais pendências. Bruno afirmou que a direção do pet shop não negou nada a ele.

“Até onde entendemos, fizemos o que podíamos na tentativa de sanar problema”, afirmou Mafra.

Investigação
De acordo com a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, o funcionário deve responder criminalmente por maus-tratos, já que há testemunhas do fato. “Quando você deixa um animal no pet shop, supõe que vão cuidar bem”, disse o policial que conversou com a reportagem. Mais detalhes sobre as investigações não foram revelados, mas o pet shop poderá responder em uma possível ação cível. O ex-funcionário do pet shop não foi localizado pelo G1 para comentar o ocorrido.

Fonte: G1 Paraná