Outros três cães foram mortos a tiros por policial que presenciou o ataque.
Criança permanece internada em estado grave em hospital de Cuiabá.
A cadela que sobreviveu após atacar uma criança de dois anos de idade, em Cuiabá, deu à luz a cinco filhotes. O animal está no Centro de Controle de Zoonoses da capital (CCZC) desde o último dia 9, quando ocorreu o ataque na própria residência da garota. A cadela juntamente com outros três cães da raça pit bull arrastaram a menina para os fundos da casa, arrancando o couro cabeludo da criança.
Na ocasião, um policial militar à paisana que passava pelo local ouviu os gritos de Sophia Haber Pinto e entrou na residência. Ele estava armado com uma pistola calibre ponto 40 e atirou contra os quatro cães, na tentativa de resgatar a criança. Dois cães morreram na hora e outro cachorro também foi atingido ao tentar escapar. Apenas a cadela sobreviveu porque conseguiu fugir e foi parar embaixo de um carro, que estava estacionado a uma quadra da residência.
Horas depois, o animal foi capturado pelos agentes do Centro de Controle de Zoonoses por apresentar riscos aos moradores e pelo dono não estar na casa, no momento do ataque. A criança mordida pelos cães estava apenas com a babá na residência.
A coordenadora de Zoonoses de Cuiabá, Alessandra Costa Carvalho, disse em entrevista ao G1 que pelo fato da cadela estar exposta em via pública teve que ser levada para o canil do CCZ. O prazo de permanência no canil é de apenas cinco dias, período em que o dono deve entrar em contato para fazer o resgate o que, segundo ela, não ocorreu. “Ficamos esperando o proprietário dos cães entrar em contato e nos procurar. Mas isso não ocorreu e ninguém da família veio até agora buscá-la [cadela]. Não podemos continuar com o animal aqui e ele terá que ser doado”, pontuou.
Alessandra contou que os filhotes nasceram no sábado (14) e foram percebidos por um funcionário que foi até o local e ouviu os cachorrinhos chorando. “Levamos um susto na hora que soubemos porque ninguém esperava. Mas todos ficaram felizes, pois os filhotes nasceram sadios e a mãe também está bem”, relatou. Ao contrário da agressividade que teria tido contra a criança na tarde do dia 9, a cadela, segundo a coordenadora, é muito dócil e em nenhum momento apresentou qualquer alteração no canil. Ela ressalta que a cachorra é uma mistura de raças e deve ter mais de um ano. “É muito estranho o que ocorreu porque até o momento não houve nenhuma agressividade e percebemos que ela é muito dócil, principalmente agora, com os filhotes”, contou.
Por outro lado, Alessandra Carvalho observa que o ataque pode ter sido ocasionado pelo fato dos animais estarem em bando e, ainda, por conta da cadela estar prenha e tentar se proteger. A coordenadora também lamenta o ocorrido e frisa que o Centro de Zoonoses só realiza o trabalho de captura de animais que estão expostos nas ruas e não em casos em que os proprietários têm a intenção de se desfazer dos cães.
Situação grave
Sophia Haber continua internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular da capital, com diversos ferimentos nos braços, cabeça e rosto. De acordo com médicos, o rosto da menina ficou quase todo desfigurado. A família mora no bairro Jardim Universitário, na região sul de Cuiabá. Em entrevista ao G1, o pai da criança, Antônio Carlos da Costa Pinto, de 41 anos, professor de Educação Física, declarou que o ocorrido não passa de uma fatalidade e que os quatro cachorros que criava em sua residência eram mansos. “Até agora não entendo o que ocorreu”, observou.
O professor disse que sempre deixava os cães presos nos fundos da casa e nunca tinha registrado nenhum ataque. Ele prefere não falar sobre o caso até que a filha receba alta. A pedido da família, as informações sobre o quadro clínico da menina também foram proibidas de ser fornecidas pelo hospital.
Fonte: G1