Na semana passada, no Paraná, um beagle foi atacado por dois pitbulls que fugiram de uma casa na vizinhança.
O que fazer quando você se encontra cara a cara com cachorros violentos? Semana passada, isso aconteceu com uma mulher, no Paraná.
Bisteca é um beagle de oito anos. Ele e o Chiquinho são os xodós da Dona Dirce, moradora de Maringá, no Paraná. Faz alguns dias, Bisteca foi atacado por dois pitbulls que fugiram de uma casa na vizinhança.
O casal de pitbulls estava solto na rua, sem coleira. Já Dona Dirce passeava com os dois cães de estimação, como fazia todos os dias de manhã. E foi debaixo das câmeras de segurança de um prédio que os grandalhões partiram para o ataque. Dona Dirce gritava. E um monte de gente veio tentar ajudar.
“Ele ia matar ele rápido, o meu pavor era esse. ‘Ele está matando ele’, eu gritei”, conta Dona Dirce.
Para salvar Bisteca, as pessoas começaram a chutar e agredir o pitbull.
“Quando eu vejo um cachorro que vem para o lado deles, eu faço que eu pego e faço que eu jogo e os cachorros fogem. Eu joguei e ele não voltou, não teve nenhuma reação. Ele só veio focado no Bisteca”, conta.
A cena foi colocada na internet e gerou dúvidas: o que se faz numa situação dessas? Mostramos as imagens para dois bombeiros, especializados em operações com cães. Eles logo param a cena para dizer que não se deve, nunca, ameaçar um cachorro desconhecido. O que, na opinião deles, provocou o ataque dos pitbulls.
“De maneira nenhuma você vai encarar o cão ou fingir que está jogando alguma coisa nesse cão, porque se o cão se sentir acuado e já estiver em matilha, a probabilidade de ele te atacar é muito grande”, ensina o bombeiro.
Mas Dona Dirce reagiu por instinto. E se desesperou ainda mais quando o pitbull mordeu Bisteca.
“Eu não pensei em nada. Eu só queria tirar ele da boca do cachorro. Na hora eu não pensei: é um pitbull. Eu tentei abrir a boca do cachorro e bati na cabeça dele”, lembra.
“Não se deve fazer isso nunca, colocar a mão perto da boca do cachorro que você não conhece. E a segunda coisa, com a mão ela tentou tirar a presa do cão da boca do cão. De repente o cachorro vê uma mão tentando tirar a caça dali. O que acontece? Ele vai brigar ainda mais ainda. ‘A caça é minha, não tira daí’”, alerta.
O certo seria outra pessoa levantar as patas traseiras do cão agressor.
“Porque quando o cachorro perde a base, ele automaticamente abre a boca. Ele vai abrir a mandíbula porque ele já não tem mais base para morder”, explica.
Mas os cinco agentes de trânsito que desceram do carro para ajudar Dirce e Bisteca tiveram outra reação: partiram para o ataque.
“Não tinha outra solução no momento. Realmente era pra resguardar a integridade física da senhora e do animal dela. Tanto que após ele largar o Bisteca, nós paramos a agressão. Foi simplesmente pra cessar o ataque realmente”, relata o agente de trânsito Fábio Ferreira.
Mais uma vez, os bombeiros acham que faltou informação de como lidar com cães agressivos.
“Um cão de ataque não vai parar. Você vai agredir, ele não vai parar, ele é treinado para cessar sua agressão. Então ele não vai parar nunca”.
Apesar do susto todo, de atitudes indevidas tomadas no calor do desespero, o final dessa história das ruas de Maringá não é triste. Bisteca ficou ferido no pescoço e na perna, mas está se recuperando.
“Ele tomou uma dose cavalar de antibióticos de início. E agora está tomando injeção todos os dias por dez dias e fazendo curativos”, conta a dona.
Os agentes de trânsito e Dona Dirce ficaram amigos. E o dono dos pitbulls, que encontramos em casa, a poucas quadras do local da briga, disse que vai aumentar a segurança da casa para que eles não fujam mais.
“Ele foi reconhecer outro cachorro. O cachorro rosnou pra ele, deu uma mordidinha e não levou desaforo. E daí ele mordeu”, justifica.
E para que outros encontros de cães pelas ruas do Brasil não terminem mal, os bombeiros dão mais algumas dicas:
“Não aconselho jogar água e não aconselho de maneira nenhuma tentar bater no cão. Não se deve correr de maneira nenhuma. O cão sempre vai correr mais do que você. E uma vez que ele pegou, você tem que evitar ao máximo movimentos. Quando ele derruba, uma vez no chão, o que a gente aconselha? Sempre tentar cair com a barriga pra baixo, protegendo os órgãos da barriga, proteger pescoço, proteger o rosto e literalmente fingir de morto. Porque quando você cessa os movimentos, o cão está vendo: ‘a minha presa já foi abatida e está no chão, não tem mais movimento’. O que ele faz? Em 90% dos casos para de atacar”.
Fonte: Fantástico (Com vídeo no link).